quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Falando francamente com André Abujamra




Prestes a desembarcar em Curitiba, o multi-artista André Abujamra, que vai das novelas da Globo aos CDs mais experimentais, bateu um papo exclusivo com o Reduto da MPB sobre seu novo show o Homem Bruxa, mesmo nome do CD que lançou no ano passado, ambos homenageiam seu pai. Confira a conversa:

1) André, quantos anos de carreira? O que você viu de mais difícil nesse tempo todo?

Eu comecei na musicalização infantil aos 3 anos, pra mim a minha carreira começou ai, montei a primeira banda e comprei minha primeira guitarra foi aos 17 anos, entrei na faculdade de artes Alcântara Machado (composição e regência) com 20 anos e daí pra frente muita coisa aconteceu, então os anos de carreira pra mim foi minha vida toda, pois nunca sentir a diferença entre minha vida separada da arte.
Quanto a parte mais difícil realmente não sei responder esta pergunta, pois acho que minha vida não foi mais difícil que a vida de outras pessoas. Enfrentei dificuldades assim como qualquer profissional, mas sempre fui atrás do que acredito e desejo nunca fiquei chorando pitanga, isso faz toda diferença pra levar a vida com leveza.

2) Como você lida com o consumo de música no mundo digital? O que acha das plataformas de música como Spotify?
 
Como sou uma artista independente que investe e banca a própria produção, vira um recurso super importante para chegar ao público, com um alcance inimaginável a tempos atrás. Tenho ressalvas ainda quanto a questão de direitos autorais, pois hoje em dia não vendemos mais CDs, o consumo de música é digital, pensando nesta nova realidade precisamos pensar um pouco melhor como isso volta pro artista.

3) Quarto trabalho solo, qual o diferencial dele para o restante que você lançou?
 
Uma das diferenças é que os meus outros 3 CD's solos anteriores (O Infinito de Pé, Retransformafrikando e Mafaro) foram produzidos pelo curitibano Sérgio Sofiatti, e O Homem Bruxa eu produzi com o paulista Otavio Carvalho. Outra diferença é que toquei todos os instrumentos e foi um processo mais solitário do que os outros, que eu geralmente envolvia uma grande equipe.

4) Como definiu o conceito do espetáculo?
 
Acho que tudo que faço cai no limbo dos sem definição, então é algo que nunca me preocupei, mas se tiver uma definição é que este espetáculo é um monólogo musical, pois estou sozinho no palco e toco todos os instrumentos, é o meu espaço de alquimia. O CD foi pensado e realizado da mesma forma, tirando o sax barítono e o quarteto de cordas, eu toquei todos os instrumentos, até sax e cordas nem que fosse uma nota desafinada.

5) O que acha que o seu pai diria desse show?
 
Dedé é um Gênio

6) Vivemos um momento de muitos realitys musicais, o que acha disso?
 
Cara, eu não sei nada sobre isso, nunca assisti nenhum, nem tenho como emitir uma opinião.

7) O que o público pode esperar desse show?
 
Um espetáculo que não seja só de música, mas também teatro, mágica e dança. Curitiba vai me ver levitar ao Vivo.

8) Você é um artista que atua em diversas frentes, como equilibra isso?
 
Eu lavo, passo e cozinho com arte, depois que inventaram o computador e a internet não existe mais distância e o tempo ficou ainda mais relativo, uso muito a tecnologia a meu favor e me equilibro na tentativa de organizar tudo isso. Consegui criar (mesmo que as vezes caótico) um método meu para conseguir cumprir tudo. Hoje em dia eu também me dou ao luxo de não entrar em projetos que eu não queira, assim a vida não pesa tanto.

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