A curitibana Karla Díbia, do duo Miniconto, tem injetado
ótimas doses de frescor à música popular brasileira nos últimos tempos. Cantora
de voz aguda e sedutora, e compositora com identidade definida, a artista, ao
lado de Daniel Amaral, músico de sampa, mistura muitos estilos a seu som, que
pode ser ouvido na internet. Atualmente o Miniconto divulga Canto, single novo,
feito por Karla. Vamos a ele:
A frase mais forte da letra de Canto é
“quem sou eu? ” Já descobriram? Como foi o processo?
Karla:
No clipe apresentamos uma cantora ginasta. São duas profissões diferentes, dois
trabalhos complexos. Com a letra eu revelo como foi o meu momento de decisão
entre essas escolhas, feita alguns anos atrás. O resultado? Bom, decidi pela
música, entretanto, a ginástica rítmica sempre fez parte de mim. O clipe deixa,
portanto, a clareza de que podemos escolher o que quisermos sem perder nossa
história e nossa essência.
Quais as principais referências e
influências no clipe de Canto?
R:
Karla: A própria história e vivência com a ginástica rítmica foi minha
principal influência. Tive alguns ícones para ter como referência, afinal, não
é só na música que existem divas. As minhas divas da ginástica foram Alina
Kabaeva, Evgenia Kanaeva, Anna Bessonova, Almudena Cid, entre outras. A técnica
da equipe Get Flex, Graciella Nadal, foi uma grande instrutora para mim,
revelando tudo o que sei sobre o esporte; e a minha amiga e ginasta Letícia
Siebert ajudou com a criação da coreografia.
Qual a importância da Fauno Filmes
nesse clipe?
R:
Fundamental. A equipe é excelente e tivemos liberdade em opinar e sugerir.
Nosso relacionamento com a Fauno foi de extrema importância para o resultado
obtido.
Desde que montaram o duo, quais foram
as maiores dificuldades enfrentadas?
R:
Dinheiro para as produções e a dificuldade em achar pessoas interessadas e canais
para a divulgação do trabalho.
Por não fazerem um som mercadológico,
vocês têm preocupações da música não tocar e não fazer sucesso?
R:
Não acreditamos que “não fazemos um som mercadológico”, este apenas não é nosso
foco principal. Nosso som pode ser mercadológico, desde que haja demanda. Por
não termos um gênero e um nicho de mercado estabelecidos, temos dificuldades em
encontrar tal demanda. Existe mercado para tudo e no atual momento, estamos
analisando e compreendendo quem são e quem podem ser nossos “clientes”.
Como trabalham a música de vocês nas
redes sociais e plataformas digitais? Como usá-las da melhor forma?
R:
Divulgamos tudo por meio das plataformas digitais. Nossos álbuns estão
disponíveis no nosso site www.miniconto.net e nossas informações estão no www.facebook.com/miniconto. Não havia antes, mas hoje todos no
mundo podem ter acesso às obras. O produto físico é um item muito interessante,
entretanto, encarece o trabalho. Portanto, temos muito apreço pela utilização
da internet na divulgação.
O que acham de competições musicais,
como o programa The Voice?
R:
Uma diversão. Mas, a arte não é em si, competição. É entretenimento,
conhecimento, expressão. É equivocado transformar isso numa disputa que elege
“um melhor”, uma vez que os critérios utilizados ali servem apenas naquele
contexto.
Num universo marcado por música
popularesca de baixa qualidade, o que vocês querem mostrar e dizer?
R:
Não acreditamos que a música popularesca seja de baixa qualidade. Ela é
contextual e atende uma demanda de mercado. As expressões musicais se dão
através da criação em determinados contextos. Logo, os critérios de avaliação
são sempre variáveis. Posso não gostar de Anitta, mas ela diz algo a alguém e
mesmo que eu discorde disso, não posso avaliá-la com critérios meus, dentro do
meu contexto ouvindo sua música. Acredito que a pouca variedade de música
veiculada na mídia cause o espanto de se ouvir músicas com pegadas diferentes.
Além, é claro, da pouca informação sobre as várias funções da música na
sociedade: ela não é apenas entretenimento (como a mídia nos impõe), ela também
é conhecimento, é comunicação. Entretanto, essa pluralidade não nos chega.
Por: Reduto da MPB
Por: Reduto da MPB
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