quinta-feira, 10 de março de 2016

Descubra o Miniconto





A curitibana Karla Díbia, do duo Miniconto, tem injetado ótimas doses de frescor à música popular brasileira nos últimos tempos. Cantora de voz aguda e sedutora, e compositora com identidade definida, a artista, ao lado de Daniel Amaral, músico de sampa, mistura muitos estilos a seu som, que pode ser ouvido na internet. Atualmente o Miniconto divulga Canto, single novo, feito por Karla. Vamos a ele:


A frase mais forte da letra de Canto é “quem sou eu? ” Já descobriram? Como foi o processo?

Karla: No clipe apresentamos uma cantora ginasta. São duas profissões diferentes, dois trabalhos complexos. Com a letra eu revelo como foi o meu momento de decisão entre essas escolhas, feita alguns anos atrás. O resultado? Bom, decidi pela música, entretanto, a ginástica rítmica sempre fez parte de mim. O clipe deixa, portanto, a clareza de que podemos escolher o que quisermos sem perder nossa história e nossa essência.

Quais as principais referências e influências no clipe de Canto?
R: Karla: A própria história e vivência com a ginástica rítmica foi minha principal influência. Tive alguns ícones para ter como referência, afinal, não é só na música que existem divas. As minhas divas da ginástica foram Alina Kabaeva, Evgenia Kanaeva, Anna Bessonova, Almudena Cid, entre outras. A técnica da equipe Get Flex, Graciella Nadal, foi uma grande instrutora para mim, revelando tudo o que sei sobre o esporte; e a minha amiga e ginasta Letícia Siebert ajudou com a criação da coreografia.

Qual a importância da Fauno Filmes nesse clipe?
R: Fundamental. A equipe é excelente e tivemos liberdade em opinar e sugerir. Nosso relacionamento com a Fauno foi de extrema importância para o resultado obtido.


Desde que montaram o duo, quais foram as maiores dificuldades enfrentadas?
R: Dinheiro para as produções e a dificuldade em achar pessoas interessadas e canais para a divulgação do trabalho.

Por não fazerem um som mercadológico, vocês têm preocupações da música não tocar e não fazer sucesso?
R: Não acreditamos que “não fazemos um som mercadológico”, este apenas não é nosso foco principal. Nosso som pode ser mercadológico, desde que haja demanda. Por não termos um gênero e um nicho de mercado estabelecidos, temos dificuldades em encontrar tal demanda. Existe mercado para tudo e no atual momento, estamos analisando e compreendendo quem são e quem podem ser nossos “clientes”.

Como trabalham a música de vocês nas redes sociais e plataformas digitais? Como usá-las da melhor forma?
R: Divulgamos tudo por meio das plataformas digitais. Nossos álbuns estão disponíveis no nosso site www.miniconto.net e nossas informações estão no www.facebook.com/miniconto. Não havia antes, mas hoje todos no mundo podem ter acesso às obras. O produto físico é um item muito interessante, entretanto, encarece o trabalho. Portanto, temos muito apreço pela utilização da internet na divulgação.

O que acham de competições musicais, como o programa The Voice?
R: Uma diversão. Mas, a arte não é em si, competição. É entretenimento, conhecimento, expressão. É equivocado transformar isso numa disputa que elege “um melhor”, uma vez que os critérios utilizados ali servem apenas naquele contexto.  

Num universo marcado por música popularesca de baixa qualidade, o que vocês querem mostrar e dizer?
R: Não acreditamos que a música popularesca seja de baixa qualidade. Ela é contextual e atende uma demanda de mercado. As expressões musicais se dão através da criação em determinados contextos. Logo, os critérios de avaliação são sempre variáveis. Posso não gostar de Anitta, mas ela diz algo a alguém e mesmo que eu discorde disso, não posso avaliá-la com critérios meus, dentro do meu contexto ouvindo sua música. Acredito que a pouca variedade de música veiculada na mídia cause o espanto de se ouvir músicas com pegadas diferentes. Além, é claro, da pouca informação sobre as várias funções da música na sociedade: ela não é apenas entretenimento (como a mídia nos impõe), ela também é conhecimento, é comunicação. Entretanto, essa pluralidade não nos chega.

Por: Reduto da MPB

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